quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O poetar

Sinto-me, por alguns momentos, vago
desesperado perdido no labirinto da hipocondria.
O metrônomo da vida varia o andamento do compasso,
no qual soa a melodia triste de semínimas.
Meio-tempo, meia-vida, inteira angustia do que não se sabe passar.
Tempo rústico na Era avançada do século XXI, da qual
flores perdem seu perfume e a poluição consome o tempo
O ter prevalece; o ser se corrompe.
Tudo isso entristece o espírito
Pássaros voam com as asas cortadas que [o homem]
as amputou na ânsia de atingir os céus
Perdoai! Pobres homens-deuses
Um deus personificado na vaidade mesquinha dos mesmos
Isso angustia, pois pertenço ao gênero: homo sapiens que sabe... Absolutamente
Vago, olhos perdidos, pensamentos sem nexo
Relativamente claustro, pensando a liberdade do labirinto, recinto;
refúgio dos que sempre “buscam” a vagueza do eu para o poetar.

Murillo César

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