Que sangra a matéria insegura
Desmesura encarnada num leito
Aprisionado numa câmara escura.
Dos meus devaneios, busco a cura
Até no leito materno do teu peito
A carapaça trincada da amargura
Implode o casulo sem efeito.
Busco, enfim, a montanha dos teus seios
Oh, angústia fina e pura!
Inculta alma entre meios
Das incrédulas atitudes, os anseios
Numa vida fria e dura
Devassa carne dos carniceiros.
Murillo César.
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